A Torre dos Clérigos é o monumento icónico do Porto formando, com a Ponte D. Luís e a zona ribeirinha, um triângulo recheado de História e vida desta cidade orgulhosamente invicta. Com 75 metros de altura esculpidos em granito, tem a melhor vista panorâmica do Porto e carrega nas suas pedras 250 anos de uma existência plena de momentos marcantes.
Como um farol, a Torre dos Clérigos distingue-se claramente na silhueta do Porto antigo, essa paisagem de fábula feita de pinceladas de cor e granito, que nos arrebata de frente a partir de Gaia. As construções mais modernas não lhe fazem sombra, foram-se instalando, respeitosamente, num segundo plano. Mora no topo da Baixa do Porto e a melhor forma de chegar até ela é a pé, contemplando a arquitectura oitocentista que a envolve.
Tornou-se notável por si mesma, de tal forma autónoma que nos esquecemos que pertence a um corpo: o conjunto monumental formado pela antiga enfermaria e pela singular Igreja dos Clérigos. Três partes de uma obra-prima concebida e concretizada, da primeira à última pedra, por Nicolau Nasoni, um notável arquitecto e pintor italiano. Nasoni viera para o Porto em 1725, como responsável pela renovação estética da sacristia e da capela-mor da Sé do Porto, onde as suas pinturas em trompe l’oeil continuam a embelezar os espaços. Influenciado pela exuberância decorativa do barroco italiano, viria a desenvolver diversos projectos de edifícios no Norte do país, mas só aos Clérigos entregaria 30 anos da sua vida.
A construção da Torre dos Clérigos, posterior à igreja e erguida nas suas traseiras por imposição do terreno, foi concluída em 1763, tornando-se numa das mais altas da Europa, acima das torres da Notre Dame de Paris. Conta quatro andares no corpo principal e mais dois no superior. O projecto original era para uma torre sineira, pelo que sempre teve sinos, mas em 1995 passou a acolher um carrilhão, com 49 sinos fundidos na Holanda. Ocasionalmente, há concertos tocados ao vivo por um carrilhanista que pode ver-se a percutir o grande teclado que faz mover os badalos contra a boca dos sinos. Para dar as horas ao meio-dia e às 18:00 e tocar música sem intérprete, o mecanismo do carrilhão é accionado automaticamente através de um computador, ligado por sua vez a um relógio atómico no estrangeiro.
Acede-se ao topo através de uma escada em espiral com 240 degraus – sendo por vezes necessário ceder a passagem a quem desce. Um esforço que compensa tanto pela vista no topo como pela experiência de estar no interior original, sem acessórios que escondam a sua já longa vida. Em cada patamar, pequenas aberturas nas paredes deixam vislumbrar o Porto. A primeira paragem é no 4º andar – aqui há uma sala redonda com ecrãs tácteis que recebem imagens em tempo real da perspectiva a partir do topo, além de informação sobre os mais importantes monumentos e partes da cidade visíveis. É um espaço pensado especialmente para quem não pode aceder à torre pelas escadas. Ao lado, outra sala conta a cronologia dos eventos que marcaram a cidade desde a inauguração da torre. No 4º andar abre-se também a primeira varanda, ao nível dos quatro mostradores do relógio da torre, onde já se contempla a cidade do alto.
Mas há mais escadas para subir. A chegada ao 6º andar presenteia o esforço da subida com uma visão panorâmica, quase aérea, do Porto, do casario antigo de telhados cor-de-laranja às edificações de arquitectura moderna, ruas e avenidas. Do lado Sul, a Sé do Porto e o Mosteiro da Serra Pilar, em Gaia, alinham-se sobre o rio Douro. A Ocidente, os Jardins do Palácio de Cristal e a Ponte da Arrábida guiam-nos até ao mar, ao Oceano Atlântico. A Norte, o Jardim dos Clérigos e a Rua das Carmelitas, uma das mais charmosas do centro.
É nesta varanda balaustrada quase vertiginosa que se pressente a importância estratégica e se adivinham as muitas histórias protagonizadas pela Torre dos Clérigos. A torre foi em tempos marco de orientação para os barcos que transpunham a barra do Douro e serviu para anunciar – com o içar de duas bandeiras no cimo – a chegada mensal dos transatlânticos da companhia Royal Mail, a Mala Real Inglesa, que no século XIX trazia encomendas e letras de câmbio muito aguardadas pelos comerciantes.
Com quatro grandes mostradores, era o seu relógio que marcava a hora oficial da cidade desde a década de 1830, quando aí foi instalado. Mas mesmo antes, a torre já marcava o ritmo da cidade com um engenho, no mínimo, curioso: quando o sol do meio dia incidia sobre uma lente, esta queimava um fio preso ao gatilho de um revólver, soltando-o e provocando o disparo de um morteiro e anunciando, de forma muito sonante, a hora do almoço.
Um dos feitos mais impressionantes para a torre aconteceu em 1917: os Puertollano, dois grandes acrobatas galegos, escalaram toda a toda a torre apenas com as mãos, sem qualquer corda de segurança! Quando chegaram ao pináculo, perante o deslumbre das 150.000 pessoas que assistiam, sorveram calmamente um chá acompanhado por bolachas Invicta, a marca que teve esta fabulosa ideia publicitária, registada para a posteridade no filme “Chá nas Nuvens”.
Mais informações sobre o filme, aqui: http://www.cinemateca.pt
Testemunha de tempos agitados, a Torre dos Clérigos personifica o espírito livre do Porto celebrando, com jubilante repique de sinos, a vitória da esquadra dos liberais – apoiados pelo oficial da marinha britânico Charles Napier – sobre os absolutistas no algarvio cabo de São Vicente, em 1833. Da monarquia à república, são muitas as histórias testemunhadas pela torre. Mas esta torre é já identidade do Porto, de todos os que a trazem no olhar desde crianças.
É de coração cheio que se regressa ao nível zero. A torre está unida à igreja pela Casa da Irmandade. Hoje um museu, exibe antigas pinturas, ourivesaria, vestes e esculturas eclesiásticas que transmitem diferentes facetas do cristianismo ao longo de oito séculos. Na Igreja dos Clérigos Nasoni combinou magistralmente granito, mármore rosa e talha dourada para criar uma das mais belas obras arquitetónicas do barroco, estilo artístico extravagante, com movimento e exuberância de cores, que floresceu em Portugal e em toda a Europa nos séculos XVII e XVIII.
O templo acolhe dois órgãos de igreja bicentenários, com motivos florais pintados a ouro. Todos os dias do ano, às 12:00, há um concerto de órgão gratuito para quem quiser assistir, com um repertório muito variado e rico escolhido entre os melhores compositores para este instrumento arrebatador.
Morada: Rua de São Filipe Nery | 4050-546 Porto
Horário: Diariamente 09h-19h
Visitas nocturnas: 19-23h
Acesso para pessoas com incapacidade física: elevador até ao 4º andar
Bilhete Diurno: Torre + Museu: 6 € (gratuita para crianças até 10 anos, inclusive)
Bilhete Nocturno: Datas e preço sob consulta
Tel.: +351 220 145 489
www.torredosclerigos.pt
Concertos de órgão de igreja: diariamente às 12 h, c/ entrada livre.
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