Serviço Educativo: Uma Experiência Diferenciada

Atualmente, é cada vez mais impensável criar um espaço de cultura sem ter em conta a dimensão da mediação cultural com os seus visitantes e o Serviço Educativo acaba por espelhar, com grande expressividade, este seu propósito.

De facto, os Serviços Educativos acabam por ser uma das vias para estabelecer um maior envolvimento e ligação com os diversos públicos e comunidades para e com quem as entidades culturais trabalham, com o objetivo claro de propor uma série de dinâmicas diferentes e adaptadas, e de atividades que aliem o ato de aprender com o entretenimento, o lazer, a diversão.

Visitar um Museu no âmbito de um plano anual de atividades de uma instituição de ensino (não nos circunscrevendo aqui, meramente, à escolaridade obrigatória) pode e deve ser uma oportunidade para uma experiência diferenciada, assumindo um formato e uma abordagem que se destaquem da rotina e dos padrões que habitualmente se reproduzem nas salas de aula. Não poderia, aliás, ser de outra forma, na medida em que, ao visitar um espaço museológico/cultural, se possibilita uma aproximação a uma realidade/temática muito particular; um contacto com um ambiente distinto; um contexto que potencia o diálogo, o pensamento crítico, a reflexão sobre o Mundo em que vivemos e do qual somos parte integrante; uma interação e uma participação diretas; um convite ao fazer, ao tocar, ao experimentar, ao ouvir, ao partilhar, ao sentir.

Na qualidade de mediadores culturais e de equipas que recebem todos os dias pessoas e grupos de proveniências e características tão distintas, o principal intuito não passa por transmitir os conhecimentos que se pode ter sobre os temas representados, mas, sim, por abrir novas portas, novos caminhos, para que, em conjunto com quem nos visita, possamos aprender mais, aguçar a vontade, a curiosidade e uma ligação que se quer recíproca. Para tal, há que fomentar uma atitude que saiba acolher o imprevisto, que integre e dê voz, num espírito de liberdade, flexibilidade e permanente (re)adaptação.

No WOW Porto, Quarteirão Cultural com seis Museus Temáticos, esta missão ganha uma relevância ainda mais evidente. Os nossos Museus falam de Vinho(s), de Cortiça, de Chocolate, da história do Porto e da Região onde o Porto se insere, da história da Humanidade contada através do ritual da bebida. São, todos eles, temas que se inserem no nosso património, que nos falam da nossa identidade e da relação umbilical que o Homem tem com a Natureza, que nos conectam com as nossas histórias e passado comuns.

Um Serviço Educativo, neste enquadramento, adquire um potencial quase ilimitado de cruzamento de diversas áreas do saber e de momentos que podem ser muito enriquecedores, de parte a parte. Com propostas de atividades para todas as idades em cada um dos nossos Museus, desafiamo-nos e desafiamos quem nos procura a olhar para os nossos Museus – e para as temáticas que lhes dão vida - muito para além do óbvio. É também, seguindo esta linha, que surge esta rubrica no Blog, cujo mote será dar a conhecer aspetos, pequenas estórias, curiosidades, perspetivas sobre os nossos Museus e os conceitos que lhes estão subjacentes.

Contudo, mais importante do que o programa educativo que apresentamos e sugerimos, que está, na verdade, permeável a qualquer ajuste que sintamos que faça sentido, tendo em conta as necessidades e as partilhas de quem nos visita, o que realmente pretendemos é proporcionar uma experiência: um momento que seja, efetivamente, Vivido, que não seja indiferente a nenhum dos participantes (aos que vêm, aos que acompanham).

Encontramo-nos no início deste caminho, mas este é o rumo que procuraremos seguir. E não fará sentido percorrê-lo sozinhos, por isso obrigado a quem, a partir de hoje, chegou aqui, chegou até nós.